Análise a ‘Disenchanted’ — (Disney+)

Kuro Lilie
oitobits
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4 min readNov 30, 2022

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★★ — Passados mais de 10 anos, a Disney traz-nos uma sequela desnecessária, que perdeu toda a magia

Sobre o filme e a sua narrativa:
Numa tentativa desesperada de trazer felicidade á sua vida, Giselle acaba por arrastar toda a sua família numa confusão mágica.
Disenchanted é a sequela de Enchanted (2007), que está disponível na Disney+ desde meados de Novembro. Este filme de género musical é apropriado para todas as audiências e tem cerca de 2 horas.
A nível narrativo temos mini histórias misturadas, o que torna tudo mais confuso. É uma narrativa simples, previsível e já usada em filmes anteriores.
Como já foi dito em análises anteriores, sequelas que são feitas muitos anos depois do primeiro filme (neste caso mais de 10 anos) acabam muitas vezes por perder a essência que o primeiro filme tinha.
Temos também inúmeras referências a filmes anteriores da Disney tanto a nível de sequências como a nível de objetos presentes no cenário…o que acaba por ser um bocado irritante passado um tempo porque nos questionamos sobre a originalidade, ou mais exatamente, a falta dela.

Som, Música e Imagem:
A nível de som e imagem podemos esperar pela qualidade que a Disney nos tem acostumado na sua plataforma de streaming. Os efeitos especiais visuais não estão perfeitos, mas estão relativamente bem executados.
Temos uma integração de sequencias em 2D, que não são como as do filme anterior, mas que estão bem concebidas.
A nível de som não há realmente nada a apontar.
A nível de música temos novamente um caso de “publicitado VS escolhido pela audiência”…passando a explicar, em Encanto (2021), foi-nos publicitado a música Dos Oruguitas e Colombia, Mi Encanto, no entanto a música que a audiência escolheu como sendo a “música do filme” foi We don’t talk about Bruno. Em Disenchanted provavelmente teremos mesmo a acontecer com a música Love Power em comparação com a música Badder, que fica no ouvido e nos lembra de Mother Knows Best de Tangled (2010) com um toque mais jazz.

Personagens:
A nível de personagens poderíamos ter um maior desenvolvimento psicológico.
Algumas das personagens acabam mais por servir de figurantes não tendo qualquer papel no decorrer da narrativa.
Temos neste filme o mesmo elenco que no filme anterior, no entanto parece que as personagens mais interessantes, e às quais nos apaixonamos no primeiro filme, ficaram com o menor tempo de ecrã, com isto falamos de (Idina Menzel e James Marsden).
De salientar a interpretação de Amy Adams, que passado todos estes anos, ainda consegue cativar as audiências com os seus maneirismos.

Opinião Final:
Todos sabemos da existência das plataformas de streaming, como a Disney+ e a NETFLIX, sendo algo inovador e bastante vantajoso (especialmente em tempos de pandemia)…ninguém pode negar o seu lado bom…no entanto as mesmas trazem um lado mais capitalista…temos aqui uma possibilidade de criação de conteúdos medíocres sem alma, sem compromissos de continuidade…transformando assim a Sétima Arte (Cinema) numa máquina de produzir dinheiro.
“Maus filmes” sempre houve…no entanto estas novas plataformas acabam quase por ser um “free pass” para a criação destes tais “maus filmes”, com a justificação de que se trata do pequeno ecrã e não do grande ecrã onde as companhias cinematográficas têm mais consideração pelo conteúdo que criam.
E com isto podemos concluir que, mais uma vez, esse é um filme que é bom para entreter as audiências, mas que não será um filme que irá ficar na memória das pessoas como sendo um bom filme.

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Kuro Lilie
oitobits

Licenciada em Som e Imagem. Apaixonada por fotografia e cinema, com queda para a escrita e desenho…e com um estranho gosto pela psicologia.